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OPINIÃO: Lutando contra moinhos de vento

Desde a campanha eleitoral que temos assistido a um festival de asneiras contra a esquerda neste país. Nossa direita saiu do armário, e tal qual um Dom Quixote de La Mancha dos trópicos, combate moinhos de vento. Assim como o personagem da obra imortal de Cervantes, a direita tem visões de inimigos por todo lado, a tal ponto que um jovem parlamentar governista recentemente propôs uma "desesquertização" do país. Como pretende fazer isso, não sabemos. Seguiu a linha do deputado gaúcho chefe da Casa Civil do governo que havia proposto uma "despetização" do funcionalismo público. Isso para não falar na campanha do Ministério da Educação da "Escola Sem Partido" e da patriótica portaria às escolas para enviarem vídeos das crianças cantando o hino nacional. Tudo isso mostra a que ponto de histeria chegamos!

Simplificando muito as coisas, podemos dizer que, em tese, um sujeito de esquerda luta por maior igualdade social. Não necessariamente é um marxista, um socialista ou um comunista, como a maioria da população é levada a pensar. O marxista é um seguidor das ideias do pensador alemão Karl Marx, autor do livro O Capital (1867), que inspirou a Revolução Russa de 1917 e várias outras revoluções, como a chinesa e a cubana. Marx definiu o socialismo como uma "ditadura proletária", com o controle do Estado nas mãos dos trabalhadores. O comunismo seria uma sociedade totalmente igualitária, sem classes sociais, portanto. Claro está que, na prática, o comunismo nunca existiu e é uma utopia, hoje, pensar nisso. Aliás, Platão já havia definido o comunismo, mas apenas para uma classe social, os cidadãos gregos, naquilo que chamou de "Estado Ideal".

A ameaça comunista foi usada intensamente pela nossa direita tropical na campanha difamatória contra o PT. Isso mostra o estágio de atraso da nossa direita, que pensa como se estivesse ainda no tempo da Guerra Fria. A primeira prova de sua ignorância é imaginar que o PT representa a causa socialista ou comunista, coisa que só existiu na cabeça de alguns intelectuais que fundaram o partido, no início dos anos 1980. O objetivo dos trabalhadores do ABC paulista, berço do PT, era obter maior participação nos ganhos do capitalismo, não contestar o sistema. No máximo, o PT seria um partido reformista, não muito diferente do que prega a social democracia. Por isso, qualquer semelhança entre PT e PSDB não é mera coincidência. O fracasso dos dois partidos nas últimas eleições deve ter sido porque os eleitores se deram conta disso.

Só resta a esses dois partidos que, após uma luta fraticida pelo poder, deixaram um vácuo político que foi preenchido por um partido de aluguel (PSL), que serviu de plataforma para lançamento do foguete Bolsonaro, o papel de oposição. Depois de jogar "alguns homens ao mar", é hora de esquecer as mágoas e unir forças para contrabalançar o peso da direita no Congresso. Alianças desse tipo são difíceis, mas não impossíveis.

Já que se voltou a falar tanto em comunismo, poderia ser utilizado como exemplo a tática da "frente única", proposta em 1921 por Lênin e Trotski. Reconhecendo que nos países capitalistas ocidentais as oportunidades revolucionárias ainda não estavam maduras, eles recomendaram aos partidos comunistas alinhar-se com os sociais democratas na sua luta par

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